sábado, 16 de julho de 2011

UMA HISTÓRIA DE AMOR


Corria o ano da graça do Senhor de 1889!
Viva a República!,
gritava Deodoro , lá no Campo de Santana!
Viva a Capela dos Froes, gritavam José, Joaquim e Francisco Froes!
Viva, respondiam Silva Velho e major José Freire de
Almeida!
Estava fundada esta cidade!

Mas não basta fundar;
é necessário rua para se morar,
é necessário escola para ensinar,
é necessário igreja para rezar!
Não há problema, respondem Silva Velho e major
José Freire!
Aqui estão nossas terras,
terras do patrimônio do Senhor Bom Jesus;
fazei delas o uso que vos aprouver!

E, porque as terras eram ubérrimas,
lá vêm as pessoas forasteiras
e aqui assentam as suas tendas.
Com essa gente, porque era povo de Deus,
logo surge a pequenina Capela dos Froes!

O tempo voa;
cinco anos, e não mais,
e o arraial já passa a Distrito de Paz!
Era a lei 288 que, a 7 de julho de 1894,
saía da pena do Dr. Bernardino de Campos,
ilustre presidente deste Estado.

Lei executada pelo Dr. Cesário Mota,
não menos ilustre secretário do Interior,
ambos de saudosa memória!

E, como neste distrito se trabalhava,
e trabalhando também se rezava, o progresso veio chegando, chegando...
as casas foram se alinhando
e a aspiração de independência,
mui breve, foi nascendo.

Mas para ser independente,
é necessário gente boa, gente forte, brava gente!
Não há problemas meus amigos!
Aqui está a velha Guarda Nacional,
aqui estão em posição de sentido os coronéis adelino, Manoel rodrigues e Martinho
Vieira,
bem secundados pelos valorosos capitães
Francisco Belizzi e José Martins,
que apoiados estão pelo destemido praça
João Loureiro dos Santos!

Pronto! Ninguém segura este distrito!
Era a Lei 1.984, de 2 de novembro de 1924.
Lei assinada por ínsígnes paulistas:
Dr. Carlos de Campos, presidente do Estado,
e dr. Manoel Lobo, secretário do Interior,
também ambos de saudosa memória!
Mas 1924 não via somente a independência do
distrito!

A terna e doce Capela dos Froes,
já não comportando tantos fiéis,
uma grande e bela matriz pedia e exigia!
E outra coisa não queria o frei Serápio
que, de batina e tudo, até tijolos fazia!

E veio a grande e bela matriz,
vieram os padres cistercienses,
veio outra e terrível Grande Guerra
que, lá longe, muito destruiu.
Mas o firme Ribeirão Vermelho
continuou crescendo, crescendo,
crescendo tanto
que até de nome precisou mudar!

Agora, minha gente, brava gente,
aí tendes, de mão beijada,
a cidade que vossos avós sonharam!
Não foi um sonho-de-uma-noite-de-verão;
foi trabalho, foi raça e muita oração!
Amai esta cidade, amai esta terra,
porque, eu vos garanto,
outra igual, igual mesmo, não tereis!

(Padre Atanásio Ferreira – do livro “Em Tempo de Poesia”)

0 comentários: